Fiz minha fogueirinha de espinhos.
Não poderia ser feito antes.
Ficaram lá, me ferindo.
Ferindo a quem se aproximasse.
Desculpem-me,
não poderia ser feito antes.
Não queimariam. Espinhos demoram a secar.
Foram, um a um, em estalos de adeus.
Quem é sábio e tem sempre à mão um par de luvas?
Porque um, sagrou-se herói, rei, e disse:
“vamos nos amar, que o sangue é vermelho,
e o mundo precisa, precisa conhecê-lo”.
Não é imprudente levar o dedo à frente do pensamento?
Ter os olhos cheios de fumaça e o rosto ardente?
A paixão é dolorosa e pinta de vermelho os olhos, as pedras e o firmamento.
Quando todos os espinhos do mundo queimarem,
o sangue rubro ao pó se deitará,
o sol se vestirá de preto
e a história de luz.
Não poderia ser feito antes.
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