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Aos poucos deixarei aqui algumas impressões. Talvez o meu mundo seja parecido com o seu. Nele, uma grande luz brilha, cada dia mais intensa. O "Sol da Justiça", tão fácil de explicar, tão difícil de entender. Não sejam as minhas palavras, mas uma brisa que alivie o estado ruim de nossas almas.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

I.  O propósito
     Imagine que você está exaurido e em suas últimas forças consegue chegar a um generoso pomar. O que fazer? Beber água. Mas toda a água? Dormir um pouco. Mas até anoitecer? Comer das frutas. Mas quais delas antes e quais depois? Resposta: Você deve sintonizar uma necessidade de cada vez e a satisfazer com moderação.
     Ainda no pomar. Não há mais ninguém, nenhuma ameaça, nenhuma competição. Você experimenta sem pressa. Saboreia. Sente o resultado. Fica feliz. Sente gratidão. Faz uma nova escolha e coleciona todas essas boas experiências. Nisto consiste a sabedoria.
     Sem essa motivação, conhecer o pomar e tentar deduzir algo sobre seu proprietário é tarefa ingrata. Se você não experimentar, vai continuar com fome. Se não confiar e relaxar, vai continuar cansado. Se não se inclinar até a fonte, vai ver o brilho da água e ter sempre a boca seca.
     O que se pode conhecer de Deus está revelado na natureza, na imaginação e nas histórias contadas com honestidade. Estar bem vivo é a verdadeira teologia. Toda criança deveria estar apta para isso. É um potencial que precisa ser resgatado. Não consigo pensar em um propósito melhor para a existência. Escolher de verdade. Conhecer de verdade. Confiar de verdade. Ter paz de verdade.
     Uma coisa impede a gente de fazer a escolha certa: o medo da morte. Em geral, quando uma pessoa perde tudo o que pensa possuir, apenas aí ela consegue escolher certo. Ela quer saber o propósito da existência, ela quer conhecer o caminho. Alguém pode dizer: “É o que mais quero, entretanto não consigo compreender”. Um tesouro dessa magnitude lhe vai  ser entregue sem que de fato não o deseje acima de tudo? Esse é o divisor de águas. Basicamente, existem dois tipos de pessoas. Para todas as pessoas a natureza diz: existe perfeição, existe beleza, existe um propósito. O convite é permanente. Quem fica nas trevas é porque gosta de lá. Amar a vida é confessar uma religião e fazer de conta que ama um deus? Não.
     Amar a vida é odiar o que faz mal para a vida. Amar a vida é compreender que Justiça e Verdade são inegociáveis. Quem ama a Justiça e a Verdade, ideais difíceis de seguir, esse ouviu o convite e se apaixonou pela existência. Se uma pessoa dá um passo sincero nesta direção, Deus jamais desistirá dela.
     As primeiras famílias da terra experimentaram isso como ninguém. A história, contada de pais para filhos e por fim registrada na antiga escrita hebraica afirma, no primeiro dos livros da atual biblioteca dos Nazarenos, o que hoje nós também parecemos sentir: Nós não fomos feitos para morrer.

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