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Aos poucos deixarei aqui algumas impressões. Talvez o meu mundo seja parecido com o seu. Nele, uma grande luz brilha, cada dia mais intensa. O "Sol da Justiça", tão fácil de explicar, tão difícil de entender. Não sejam as minhas palavras, mas uma brisa que alivie o estado ruim de nossas almas.


A OUTRA FACE

O final do século mais terrível e extraordinário da moderna história humana encheu-nos de uma inebriante expectativa. Toda excitação experimentada nos segundos que antecederam a virada do milênio permanece, porém, congelada.

Iniciamos o século XXI e as palavras do pregador se fazem ouvir. “Não há nada de novo debaixo do sol”. Seja pelo controle de uma reserva petrolífera, de um morro carioca ou de um posto de trabalho – não existe paz. O sistema intrínseco à natureza humana progride e adquire formas complexas e globais. A opressão, denunciada pelos profetas e novamente condenada por Jesus, adquire legitimidade política pelo uso da razão: “O homem é o lobo do homem” (Thomas Hobbes).

O ser humano segue em sua luta desesperada pela sobrevivência e se esquece da vida. É natural que uma etnia, uma religião ou uma torcida de futebol motivem seus integrantes à violência desmedida contra eventuais adversários. Também é inevitável que os Estados reajam contra tais demônios e assim temos uma nova Guerra Santa. Todas as guerras deste nosso novo milênio serão santas, inquestionáveis e purificadoras aos olhos dos que sobrevivem. Na contramão estão os que perecem.

Ai, ai, ai – disse Jesus, dos ricos, dos que estão fartos e dos “homens de bem”. Revivemos os segundos congelados daquele réveillon de 1999. No silêncio da oração, toda a ansiedade de quem sonha com um mundo melhor é lançada sobre Cristo. Ele nos consola. A tristeza dá lugar a uma motivação: Naquilo que depender de nós, devemos oferecer a outra face.