IV. “Basicamente, existem dois tipos de pessoas.” (voltando ao tópico I.)
No limite do contraste, existem dois tipos de atitude. Considerando o momento que se chama já, isso define duas condições opostas em que um Homo sapiens pode se encontrar. Na prática, ninguém está totalmente errado assim como ninguém pode estar totalmente certo. Trata-se de uma inclinação. Inclinação para o bem. Inclinação para o mal.
Através de muitas metáforas e também da história de muitas pessoas, a Bíblia é nosso espelho. A Bíblia fala de gente. Fala de você: Sua melhor versão, instante em que você é perfeito; ou seu fracasso em ação, quando você erra o alvo, sendo este o significado da palavra pecado. Por isso ela é tão valiosa. Ela é a consagração da história escrita por uma linhagem de pessoas comuns. Entretanto, a fé dessas pessoas em sua comissão permitiu-as bem escrever e bem preservar tal história. Veja que eu escrevi fé (…a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem – agora, você que já leu o Gênesis leia o capítulo onze da carta Hebreus no Novo Testamento. Faça isso agora, você vai se surpreender).
Deus disse para Abraão, “Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” (Gênesis 12). Abraão confiou, Abraão partiu, e isso foi reputado a ele como ato de justiça. A justiça é o contra-ponto da verdade. A verdade é a real natureza das coisas, sobre a qual nós podemos ter uma razoável projeção mental. A justiça é a adequação a esse ideal, no sentido em que o justo, ou ajustado, não falta e também não sobra.
Na sua vastidão, a Bíblia explica a si mesma. É uma obra completa. Pessoas segundo o Espírito que moveu Abraão vão obtendo da Bíblia, uma a uma, as respostas de que precisam. A fé precisar ser provada. Não raro revela ser apenas uma crença, um palpite. Esse 1% de incerteza ainda vai te matar!
Realmente, é impossível ter 100% de certeza, exceto quando o Eterno Criador fala no íntimo, com excelso poder, e recebemos o selo de legitimidade. Por isso a fé é um dom de Deus. As dádivas são alcançadas pelos que as desejam. O que você tem desejado ultimamente?
V. Elohim (meu Deus pessoal)
Façamos logo a distinção entre o “Deus de Abrãao, de Isaque e de Jacó”, e quaisquer outros poderes. Autoridades elevadas, anjos e coisas afins eram chamadas “el”, o equivalente para deus (de Zeus, o chefe do panteão grego). É corriqueira a associação com a palavra Senhor, que pode ser usada para se referir a qualquer divindade, “senhor das mula-sem-cabeça”. Por isso, Deus e Senhor precisam ser usados com cautela. Abraão se referia ao seu Elohim. Para evitar confusão com o politeísmo, o Criador dos céus e da terra é chamado “Deus de Abraão” ou “Deus de Israel”.
O monoteísmo (um só deus) era um fenômeno incomum. O culto aos espíritos dos familiares mortos (daemon) é a forma mais primitiva de religião. Os filósofos gregos que primeiro defenderam a lógica de uma única “causa primeira”, ou de um único ser supremo, foram chamados de ateus.
No livro Êxodo, o próximo a que vamos nos dedicar, veremos que Moisés pediu para saber o nome Daquele que lhe falava, alegando que os deuses do Egito possuíam nomes utilizados pelo povo. Provas não faltaram para que todo o Egito entendesse, tratava-se do mais poderoso dos senhores. Alguém que revelou-se incomparável, O Único Ser Auto-Existente, O Criador e Mantenedor de toda e qualquer realidade, traduzido na língua portuguesa por “Eu Sou”, embora não caiba a tradução de um nome próprio.
Originalmente, se escreve com quatro consoantes do hebraico (tetragrama). Como no hebraico a pronúncia seguia a tradição oral, não havia vogais. A pronúncia correta ainda é objeto de investigação, de modo que os adjetivos “Eterno” e “Altíssimo”, podem servir adequadamente.
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