VI.
Preâmbulo ao livro do Êxodo (Shemot).
Vamos conhecer o processo de
formação da nação de Israel, sua saída do Egito, sua
peregrinação na península arábica e a conquista da região hoje
conhecida por Palestina. Antes, precisamos definir nossa abordagem.
Temos que escolher uma postura na aproximação aos nossos
semelhantes. Vamos enaltecer a uns e condenar a outros? Qual a justa
medida entre o unir e o separar?
Esse
é o momento para lermos na
íntegra a carta escrita por Tiago. No
terceiro capítulo, versículo 13:
“(…)
Quem
dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento
as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amargo ciúme
e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem
mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto,
mas é terrena, animal e diabólica.
Porque
onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra
má.
Mas
a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade, e sem hipocrisia.
Ora,
o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a
paz.”
Sem parcialidade e sem
hipocrisia. Mas existe investigação isenta? Desde de o princípio
da nossa história existem os “vilões”. Caim matou Abel e assim
por diante. A força por trás dessa inclinação é uma entidade, o
inimigo de nossas almas, em hebraico “ha satan”. Ele é o
tentador e seu operar limita-se ao permitido por Deus.
O pecado original refere-se à
altivez humana, a “árvore do
conhecimento do bem e do mal, desejável para dar entendimento”
(Gn.3). Condição
primeira, todos estão condenados, todos morrem. Todos retornarão à
consciência a fim de serem julgados. Satanás, seus anjos, os ímpios
e todos os que não buscaram o perdão em Cristo serão lançados no
lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte
(Apocalipse
20). “Não
julgueis para que não sejais julgados”.
Religiosos procuram justificar seu
ódio
explicando como Deus age – um deus feito à imagem da tolice
humana.
Crer
na
perfeição de Deus envolve buscar a melhor resposta para diversas
perguntas. De
alguma forma eu existo. Contemplo a existência de outros tantos. A
existência é a manifestação de uma energia inteligente.
Insuficiente ou falha, resulta que nada poderia
existir. Ou existe eternamente ou nunca existiu. Assim, a causa
primeira é inesgotável, perfeita. Em seu universo, Deus é o único
referencial válido.
Muitos
crentes acham necessário defender a Deus contra a acusação de
tirania. Eu digo que Ele é Soberano. Pessoas que não creem, têm
o direito de tentar construir um paraíso imediatista, e Deus não os
impede. Têm o direito de odiar a Cristo, e Deus não os impede.
Exploram
o pobre, destroem tudo, vivem do jeito que lhes aprouver. Vejo
utilidade nisso, somos
aperfeiçoados. Antes de nós, Cristo também passou por isso. Então
Deus não é mau.
Da
maneira como prouver ao Criador, as criaturas permanecerão ativas em
seu pensamento enquanto isso for justo. O
processo
se encerra com a segunda morte daquilo
que não possuir
mais utilidade.
Parece-me
errado dizer que a humanidade fracassou. A humanidade venceu todas as
vezes em que se deixou guiar por Deus. Uma multidão de vitoriosos!
Foram injustiçados e mortos por pessoas invejosas. Essa é a
condição humana; fomos criados e colocados numa terra onde já
habitava Satanás e os anjos que ele, sendo elevado em capacidade,
seduziu. Prometeu-lhes um reino paralelo, onde seriam
adorados.
Deus pôs no Jardim do Éden uma família, sabendo que seria atacada
e que, sendo à Sua imagem e semelhança, venceria o diabo. Pela
obediência, venceria a desobediência. Pela humildade, venceria a
soberba. E nosso Mestre, homem obediente, é a prova do amor de Deus
e de seu incomparável poder.
Neste
contexto, tanto os que receberam a incumbência de guardar e ensinar
a Lei de Moisés, quanto os demais povos, consomem-se em poucas
décadas e levam daqui apenas suas histórias, registradas na mente
de Deus. Se
algo existe na mente de Deus, então de fato existe. O mais é
transitório. Bendito
seja quem nos criou e sustenta visto que nos fez crer na eternidade.
“Vós
sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Salmo
82),
independente
da etnia, do contexto. Uma porção insistirá indefinidamente no
erro? Para mim é um mistério. De qualquer forma, estejamos cientes
de que nossos atos geram consequências com as quais seremos
confrontados. Melhor é buscar a luz e fugir da
aparência do
mal.
Precisei
pontuar tão complexa questão visto que, matando e morrendo, de
alguma forma, cumpriu-se o desígno. Povos muito maus foram
exterminados.
Povos que poderiam reinar em paz, por ganância, escolheram a guerra.
Do ponto de vista histórico, bons e maus andaram juntos, como
irmãos, e ainda hoje morrem juntos. A única vitória está na
entrega de si, raiz da palavra amor.
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